terça-feira, 8 de julho de 2008

PALAVRAS

Me consumo em horas vagas
Nem mesmo me dou conta da finitude que sou
Transcorrem horas e horas
Nada penso, faço ou vivo
O pensar da consciência é um emaranhado
que me fadiga
Me sinto exausta
O fluido da fumaça leva consigo meus temores
Inconscientemente vivo a contemplação
sem ação
Há ruídos
Mas nem sequer levanto os olhos
permaneço imóvel
Transito de uma dimensão à outra
Desembarco do inconsciente
Olho as horas
Observo a complexidade
da consciência de mãos dadas com o que não digo,
mas penso
Imagino que não sou legível,
Escrevo espasmos desconexos
porque são assim meus pensamentos e memória
Escureço, não compreendo,
Volto o texto e leio.
Escrevo como quem pensa em voz alta
Sou ilógica
Há tantas palavras em mim
Que me obrigo a expulsa-las
Sem qualquer ordem ou intenção,
Desencadeiam-se em correntes e elos
Entrelaçadas e infindas...

Ana Suelen Pisetta

2 comentários:

Rabiscação disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rabiscação disse...

Olá!!! Demorei mas não falhei, e estou aqui pra retribuir o comentário...E, olha só, encontrei uma ótima poeta no comentário...Li os posts mais recentes do seu blog, gostei muito, lerei os outros tb assim que der. Vc é boa, parabéns =)
Este último poema chamado "Palavras" ..me identifiquei bastante com este em especial, e com o "inverno"..Descreve exatamente como a gente fica um lugar um pouco mais frio ^^

Beijos!!!T+!!