Encolher sentimentos
Dobrá-los milimetricamente
Para que se possa engoli-los
Fazendo-os escorrer
Num labirinto longínquo
Ausente na língua
Para que não sopre infortúnio
E não se dilacere em íngua
O gosto , porém, permanece
Talvez haja vestígios no hálito
Sentimento assim não fenece
Sobrevive amordaçado e ávido
Amar em ciranda, insana
Atrai mal olhado, desanda
Antes nascer como planta
A viver com sentimento enjaulado
Ana Suelen Pisetta
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
AUTO-RETRATO
Sou uma qualquer
Dessas que caminham invisíveis
Sem um rebolar sequer
dessas imperceptíveis
Levo a cara lavada
A boca sem batom
A roupa larga
Os pés no chão
Não sou feia nem bonita
Tenho a face do meu nome
Não procuro um sobrenome
Serei sempre senhorita
Sou avulsa nessa vida
Sem futuro nem raiz
Por vezes sou pudica
Outras vezes meretriz
Não me enfeito em laços
Não disfarço meus defeitos
Estou além desses meus traços
Não me conquistam galanteios
O tempo tudo apaga
Apagará qualquer gracejo
O que sou cá aqui por dentro
Terá sempre algum ensejo
Sou uma qualquer
Dessas que caminham invisíveis
Sem um rebolar sequer
dessas imperceptíveis
Levo a cara lavada
A boca sem batom
A roupa larga
Os pés no chão
Não sou feia nem bonita
Tenho a face do meu nome
Não procuro um sobrenome
Serei sempre senhorita
Sou avulsa nessa vida
Sem futuro nem raiz
Por vezes sou pudica
Outras vezes meretriz
Não me enfeito em laços
Não disfarço meus defeitos
Estou além desses meus traços
Não me conquistam galanteios
O tempo tudo apaga
Apagará qualquer gracejo
O que sou cá aqui por dentro
Terá sempre algum ensejo
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
SONETO - INSÔNIA
Na penumbra noturna
abri os olhos pesados
espiei caolha a lacuna
temendo ouvir passos
O silêncio caíra sonoro
Pude escutar seu peso
Além do pingo de cloro
Estalido com desprezo
O ar sonolento e gélido
Tocou a nudez do rosto
Escarninho, fulo e fétido
A cama ruidosa estalava
O medo do escuro se fez
Ausente de fé, eu rezava
Na penumbra noturna
abri os olhos pesados
espiei caolha a lacuna
temendo ouvir passos
O silêncio caíra sonoro
Pude escutar seu peso
Além do pingo de cloro
Estalido com desprezo
O ar sonolento e gélido
Tocou a nudez do rosto
Escarninho, fulo e fétido
A cama ruidosa estalava
O medo do escuro se fez
Ausente de fé, eu rezava
MEDITAÇÃO
Suspensa em singular cronologia
Paraliso o momento e me desconheço
Decifro meus desejos e anseios, fria
Absorta em indagações a esmo
Gradativamente permito a passagem
Nada se faz intransponível ou ausente
O tudo que existe toma forma em imagem
Contaminando a realidade decadente
Compartimentos incrédulos se acumulam
Numa vastidão voraz que carrego
Ocos se emolduram
Numa cadência incessante de ecos.
Suspensa em singular cronologia
Paraliso o momento e me desconheço
Decifro meus desejos e anseios, fria
Absorta em indagações a esmo
Gradativamente permito a passagem
Nada se faz intransponível ou ausente
O tudo que existe toma forma em imagem
Contaminando a realidade decadente
Compartimentos incrédulos se acumulam
Numa vastidão voraz que carrego
Ocos se emolduram
Numa cadência incessante de ecos.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
CIRCO
Não vá pensando que sou pura
Que não sou má
Tenho eu também desejos de
Vingança
e não costumo acalentar
lembranças para
Enfraquecer meu ódio
Não se acomode a estabilidade
Que te paira
Imaginado ser eu imaculada
Sou humana, como todas outras,
Como tu
Desfaço-me do que disse
Se assim precisar
Proteja-se contra minhas pragas,
Rogue compaixão
E não fuja
Me levarás sempre contigo
Não se pergunte nada
A resposta está comigo
Fique assim rendido
Ou me obrigarás
A atear fogo
No nosso circo colorido.
Não vá pensando que sou pura
Que não sou má
Tenho eu também desejos de
Vingança
e não costumo acalentar
lembranças para
Enfraquecer meu ódio
Não se acomode a estabilidade
Que te paira
Imaginado ser eu imaculada
Sou humana, como todas outras,
Como tu
Desfaço-me do que disse
Se assim precisar
Proteja-se contra minhas pragas,
Rogue compaixão
E não fuja
Me levarás sempre contigo
Não se pergunte nada
A resposta está comigo
Fique assim rendido
Ou me obrigarás
A atear fogo
No nosso circo colorido.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
INSTINTOS
giro em passos de valsa
nua, louca, amarga
agarrada a um vestido virgem
canto baixo ao seu ouvido
entupido
esparramada em pedregulhos
pontiagudos, amorteço
e teço cada teia
que te amarra
fito com palpável adoração
seus olhos que não sei a cor
ânsias de uma volúpia anciã
que não se cansa
âmago sedutor que invade
e percorre a devastação
de um corpo frouxo,
incasto,
dançante sem passos
tu que adentras
por todos meus poros
age como morfina
me estrangula
com monossílabos
tu que me torce
que me lê do avesso
que me chama
que me esquece
nua, dançando
em solo imaginário
e abandonada à autodidaxia
de amar você
nua, louca, amarga
agarrada a um vestido virgem
canto baixo ao seu ouvido
entupido
esparramada em pedregulhos
pontiagudos, amorteço
e teço cada teia
que te amarra
fito com palpável adoração
seus olhos que não sei a cor
ânsias de uma volúpia anciã
que não se cansa
âmago sedutor que invade
e percorre a devastação
de um corpo frouxo,
incasto,
dançante sem passos
tu que adentras
por todos meus poros
age como morfina
me estrangula
com monossílabos
tu que me torce
que me lê do avesso
que me chama
que me esquece
nua, dançando
em solo imaginário
e abandonada à autodidaxia
de amar você
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
TROVAS
ELEXELA
Ele suplica o meu querer
Eu desvio pra pensar
Não arrisco o bem querer
e decido: não vou dar.
Ele vira transtornado
me ignora, passa longe
emudeço ali do lado
muito virgem como um monge.
Ele suplica o meu querer
Eu desvio pra pensar
Não arrisco o bem querer
e decido: não vou dar.
Ele vira transtornado
me ignora, passa longe
emudeço ali do lado
muito virgem como um monge.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
TRÊS
Escuto risos,
Palavras de ordem
Discussão e choro
Batidas na porta
Ombro e consolo
Bicicleta única
Garupa
Imaginação e
Farra
Bonecas,
Diálogos,
Cotidiano e
Férias
Patins,
Professoras,
Bibliotecárias
Farmacêuticas
Dançarinas ensaiadas
Samba
Cigana
Lambada
Portas abrindo
Beijos secretos
Mãos dadas
Pirâmide
Doces,
Chuva
Raio
Risadas
Palavras soltas que
Emendadas com o ontem
Ganharão formato
Amigas íntimas
De fino trato
À vocês que dirijo este retrato.
Ana Suelen Pisetta (Preta).
Escuto risos,
Palavras de ordem
Discussão e choro
Batidas na porta
Ombro e consolo
Bicicleta única
Garupa
Imaginação e
Farra
Bonecas,
Diálogos,
Cotidiano e
Férias
Patins,
Professoras,
Bibliotecárias
Farmacêuticas
Dançarinas ensaiadas
Samba
Cigana
Lambada
Portas abrindo
Beijos secretos
Mãos dadas
Pirâmide
Doces,
Chuva
Raio
Risadas
Palavras soltas que
Emendadas com o ontem
Ganharão formato
Amigas íntimas
De fino trato
À vocês que dirijo este retrato.
Ana Suelen Pisetta (Preta).
terça-feira, 8 de julho de 2008
PALAVRAS
Me consumo em horas vagas
Nem mesmo me dou conta da finitude que sou
Transcorrem horas e horas
Nada penso, faço ou vivo
O pensar da consciência é um emaranhado
que me fadiga
Me sinto exausta
O fluido da fumaça leva consigo meus temores
Inconscientemente vivo a contemplação
sem ação
Há ruídos
Mas nem sequer levanto os olhos
permaneço imóvel
Transito de uma dimensão à outra
Desembarco do inconsciente
Olho as horas
Observo a complexidade
da consciência de mãos dadas com o que não digo,
mas penso
Imagino que não sou legível,
Escrevo espasmos desconexos
porque são assim meus pensamentos e memória
Escureço, não compreendo,
Volto o texto e leio.
Escrevo como quem pensa em voz alta
Sou ilógica
Há tantas palavras em mim
Que me obrigo a expulsa-las
Sem qualquer ordem ou intenção,
Desencadeiam-se em correntes e elos
Entrelaçadas e infindas...
Ana Suelen Pisetta
Me consumo em horas vagas
Nem mesmo me dou conta da finitude que sou
Transcorrem horas e horas
Nada penso, faço ou vivo
O pensar da consciência é um emaranhado
que me fadiga
Me sinto exausta
O fluido da fumaça leva consigo meus temores
Inconscientemente vivo a contemplação
sem ação
Há ruídos
Mas nem sequer levanto os olhos
permaneço imóvel
Transito de uma dimensão à outra
Desembarco do inconsciente
Olho as horas
Observo a complexidade
da consciência de mãos dadas com o que não digo,
mas penso
Imagino que não sou legível,
Escrevo espasmos desconexos
porque são assim meus pensamentos e memória
Escureço, não compreendo,
Volto o texto e leio.
Escrevo como quem pensa em voz alta
Sou ilógica
Há tantas palavras em mim
Que me obrigo a expulsa-las
Sem qualquer ordem ou intenção,
Desencadeiam-se em correntes e elos
Entrelaçadas e infindas...
Ana Suelen Pisetta
quinta-feira, 26 de junho de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
segunda-feira, 12 de maio de 2008
quinta-feira, 17 de abril de 2008
INVERNO
O frio dói
Atrofia os músculos que se encolhem
Buscando proteção
As mãos trêmulas e gélidas
Ganham coloração roxa
Os pés úmidos e duros
Não ousam andar descalços
O banho, ai o banho
Procrastinado até o limite
Ao despir a roupa
A pele se espinha num arrepio intenso,
Porém, a abençoada água quente
dá conforto à alma e ao corpo
Este se recusa a sair de lá
puxa a toalha e se seca com cuidado
enquanto as pernas permanecem
embaixo d’água
O pijama já à espera
é vestido num piscar
e a cabeça só pensa na cama e no cobertor
que o ajudará a esquentar
a noite passa despercebida
o dia chega com o frio
o corpo chora ter que sair do ninho
levanta bem devagarzinho
e não experimenta se despir
põe a roupa sobre o pijama e está pronto pra sair
Ana Suelen Pisetta
O frio dói
Atrofia os músculos que se encolhem
Buscando proteção
As mãos trêmulas e gélidas
Ganham coloração roxa
Os pés úmidos e duros
Não ousam andar descalços
O banho, ai o banho
Procrastinado até o limite
Ao despir a roupa
A pele se espinha num arrepio intenso,
Porém, a abençoada água quente
dá conforto à alma e ao corpo
Este se recusa a sair de lá
puxa a toalha e se seca com cuidado
enquanto as pernas permanecem
embaixo d’água
O pijama já à espera
é vestido num piscar
e a cabeça só pensa na cama e no cobertor
que o ajudará a esquentar
a noite passa despercebida
o dia chega com o frio
o corpo chora ter que sair do ninho
levanta bem devagarzinho
e não experimenta se despir
põe a roupa sobre o pijama e está pronto pra sair
Ana Suelen Pisetta
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Ontem
Tem vezes que remonto o meu passado
Embaralhado, rasurado
Fecho os olhos e sonho o que já vivi
E a vida até então vivida
Foi tão rápida, repentina
Em frente vejo longo tempo
Que após vividos serão momentos,
Embaralhados, rasurados
Como uma caixa de papéis guardados
Revejo meu passado
Me surpreendo com lembranças
Tão antigas e tão presentes
Lembro do meu rosto de criança,
Hoje ausente
Rio do meu jeito inocente
Das minhas razões incoerentes
Das verdades que já não são verídicas
Das paisagens um dia vistas
Das pessoas que me foram íntimas
Dos segredos que jamais guardei
Essas lembranças, tantas
São apenas ontem
Ana Suelen Pisetta
Tem vezes que remonto o meu passado
Embaralhado, rasurado
Fecho os olhos e sonho o que já vivi
E a vida até então vivida
Foi tão rápida, repentina
Em frente vejo longo tempo
Que após vividos serão momentos,
Embaralhados, rasurados
Como uma caixa de papéis guardados
Revejo meu passado
Me surpreendo com lembranças
Tão antigas e tão presentes
Lembro do meu rosto de criança,
Hoje ausente
Rio do meu jeito inocente
Das minhas razões incoerentes
Das verdades que já não são verídicas
Das paisagens um dia vistas
Das pessoas que me foram íntimas
Dos segredos que jamais guardei
Essas lembranças, tantas
São apenas ontem
Ana Suelen Pisetta
terça-feira, 25 de março de 2008
INVERTIDO
Em frente ao espelho:
Quem é você?
E estes olhos pintados? Pra quê?
Reflexão e desconsolo
Por que cresceu?
Por que perdeu seus dentes de leite?
Não era contente?
Por que desejou tanto ser grande?
Pra quê?
Onde pensa que vai?
O que vai fazer agora que é?
Silêncio, olhos nos olhos refletidos
A vida nos fez crescer sem querer
Eu até desculpo você
Mas só se me prometer
que nunca vai me esquecer
sou a criança que sobreviveu em você
e que ainda quer viver
Sorriso e descanso...
Ana Suelen Pisetta
Forca
Eu não me importo mais com nada
Nada mais importa à mim
Já estou saturada de tanta batalha
e nada de chegar um fim
Acordo cedo e me esforço pra levantar
já não vejo graça em dançar
vivo andando sem parar
é muito barulho, muito furdunço
sem contar os jagunços
que eu estou sempre a encontrar
Õ vida enigmática
me dê sinais pra decifrar
o que devo eu fazer aqui
e pelo quê devo me importar.
Ana Suelen Pisetta
Eu não me importo mais com nada
Nada mais importa à mim
Já estou saturada de tanta batalha
e nada de chegar um fim
Acordo cedo e me esforço pra levantar
já não vejo graça em dançar
vivo andando sem parar
é muito barulho, muito furdunço
sem contar os jagunços
que eu estou sempre a encontrar
Õ vida enigmática
me dê sinais pra decifrar
o que devo eu fazer aqui
e pelo quê devo me importar.
Ana Suelen Pisetta
quinta-feira, 20 de março de 2008
INSIGHTS DE JÚNIOR PISETTA
"Pra não sofrer no amor, você deve prestar mais atenção no que não quer ao invés de deixar-se levar por impulsos". 16/02/2008 (Junior Pisetta)
"Para bom entendedor, ás vezes, não se faz necessária nem meia palavra." 05/02/2008 (Junior Pisetta)
"Em momentos de egoísmo e ignorância, pare e busque a melhor resposta para desfrutar de pernas, braços e cabeça." (Junior Pisetta)
"A união faz a força, logo o problema do Brasil é o brasileiro." (Junior Pisetta)
"Se religião fosse uma coisa boa o mundo seria um bom lugar, uma vez que a grande maioria diz ter uma." (Junior Pisetta)
"O Livre arbítrio é desculpa esfarrapada para histórias mal contadas..." (Junior Pisetta)
"Pra não sofrer no amor, você deve prestar mais atenção no que não quer ao invés de deixar-se levar por impulsos". 16/02/2008 (Junior Pisetta)
"Para bom entendedor, ás vezes, não se faz necessária nem meia palavra." 05/02/2008 (Junior Pisetta)
"Em momentos de egoísmo e ignorância, pare e busque a melhor resposta para desfrutar de pernas, braços e cabeça." (Junior Pisetta)
"A união faz a força, logo o problema do Brasil é o brasileiro." (Junior Pisetta)
"Se religião fosse uma coisa boa o mundo seria um bom lugar, uma vez que a grande maioria diz ter uma." (Junior Pisetta)
"O Livre arbítrio é desculpa esfarrapada para histórias mal contadas..." (Junior Pisetta)
Filho
Escolher o nome
Alimentar a fome
Cantar e fazer barulho
Ensinar o óbvio
Redescobrir o mundo
Passear à toa
Levantar no escuro
Admirar o sono
Gargalhar de orgulho
Abraçar sem gesto
Respirar profundo
Entender gemidos
Decifrar o choro
Aprender as regras
de um novo jogo
Acordar mais cedo
Proteger do medo
Banhar o corpo e
ler baixinho
até adormecer sozinho
Rezar por ele
com todo carinho
e desejar que sempre
siga um bom caminho.
Ana Suelen Pisetta
Escolher o nome
Alimentar a fome
Cantar e fazer barulho
Ensinar o óbvio
Redescobrir o mundo
Passear à toa
Levantar no escuro
Admirar o sono
Gargalhar de orgulho
Abraçar sem gesto
Respirar profundo
Entender gemidos
Decifrar o choro
Aprender as regras
de um novo jogo
Acordar mais cedo
Proteger do medo
Banhar o corpo e
ler baixinho
até adormecer sozinho
Rezar por ele
com todo carinho
e desejar que sempre
siga um bom caminho.
Ana Suelen Pisetta
DECISÃO
Hoje percebo que a companhia que mais gosto é a minha
O que antes me parecia solidão tediosa
Hoje é um momento de reflexão prazerosa
Estar só tem seu lado bom
Aprendi a amar-me
Já não temo
Já não choro de saudade de mim
Cresci, me encontrei
Descobri a grande força que sou
Sempre tive medo do escuro, da noite silenciosa
Hoje vivo-a
Encaro a vida de um outro ponto de vista, o meu
O que me preocupava outrora dissipou-se
O vazio que em mim residia, hoje, preencheu-se
Joguei fora a angústia e os pensamentos obscuros
Amanheci iluminada, quente e viva
Porém, tudo é passageiro
até mesmo esse meu novo sentimento
Quero muito tornar-me assim até o fim
Eu posso
Eu sou
Eu vou
Este véu que estava diante dos meus olhos caiu
Posso ver com nitidez o que fui e o que posso ser
Serei
Ana Suelen Pisetta
Hoje percebo que a companhia que mais gosto é a minha
O que antes me parecia solidão tediosa
Hoje é um momento de reflexão prazerosa
Estar só tem seu lado bom
Aprendi a amar-me
Já não temo
Já não choro de saudade de mim
Cresci, me encontrei
Descobri a grande força que sou
Sempre tive medo do escuro, da noite silenciosa
Hoje vivo-a
Encaro a vida de um outro ponto de vista, o meu
O que me preocupava outrora dissipou-se
O vazio que em mim residia, hoje, preencheu-se
Joguei fora a angústia e os pensamentos obscuros
Amanheci iluminada, quente e viva
Porém, tudo é passageiro
até mesmo esse meu novo sentimento
Quero muito tornar-me assim até o fim
Eu posso
Eu sou
Eu vou
Este véu que estava diante dos meus olhos caiu
Posso ver com nitidez o que fui e o que posso ser
Serei
Ana Suelen Pisetta
Amores
O jovem amor é doce
é quente e envolve
é sentido com ardor
com loucura
O amor maduro é calmo
é morno e seguro
é sentido com calor
com brandura
A paixão é um amor jovem
que não chega a ser maduro
some
dissipa-se
esvai-se
As vezes o amor maduro sente falta
do jovem amor
Com pesar relembra sua juventude
mas resigna-se na sua segurança
aquece-se com sua brandura
e acalma-se por ainda ser amor
Ana Suelen Pisetta
O jovem amor é doce
é quente e envolve
é sentido com ardor
com loucura
O amor maduro é calmo
é morno e seguro
é sentido com calor
com brandura
A paixão é um amor jovem
que não chega a ser maduro
some
dissipa-se
esvai-se
As vezes o amor maduro sente falta
do jovem amor
Com pesar relembra sua juventude
mas resigna-se na sua segurança
aquece-se com sua brandura
e acalma-se por ainda ser amor
Ana Suelen Pisetta
quarta-feira, 19 de março de 2008
Dia-a-dia
São tantas portas, caminhos,
encruzilhadas e desvios
Os atalhos, as esquinas,
A subida e a descida
Uma estrada sinuosa,
Um trecho desconhecido
Uma passagem repetida
Um esconderijo
Rodopiando escolho o passo
A intuição me induz a outro
As conseqüências me arrastam
E o futuro me esperando
Tão lenta caminhando
Tão frenética viajando
Nessa rota planejada
Que eu imagino estar traçando
As pegadas vão marcando,
Pontilhando o meu andar
São as reticências da memória
Que me ajudam a contar
O quanto já andei
E o que falta pra chegar.
Ana Suelen Pisetta
São tantas portas, caminhos,
encruzilhadas e desvios
Os atalhos, as esquinas,
A subida e a descida
Uma estrada sinuosa,
Um trecho desconhecido
Uma passagem repetida
Um esconderijo
Rodopiando escolho o passo
A intuição me induz a outro
As conseqüências me arrastam
E o futuro me esperando
Tão lenta caminhando
Tão frenética viajando
Nessa rota planejada
Que eu imagino estar traçando
As pegadas vão marcando,
Pontilhando o meu andar
São as reticências da memória
Que me ajudam a contar
O quanto já andei
E o que falta pra chegar.
Ana Suelen Pisetta
COMUM
Olho por uma porta aberta
Lá fora posso ver o vento remexendo a cabeleira das árvores
Há uma senhora molhando as plantas
Há um barulho de máquina trabalhando
Há um solo quente e seco
Há coisas que não vejo nem escuto
Mas há
Há vontade de gritar
Há vontade de acordar
Há vontade de ser um momento eu
Mas há responsabilidade a zelar
Há papéis pra pagar
Há pessoas a me chamar
para a realidade que eu insisto em negar
Caprichosamente me invento nestes versos
Me sinto eu
Há enfim alguém em mim...
Ana Suelen Pisetta
Olho por uma porta aberta
Lá fora posso ver o vento remexendo a cabeleira das árvores
Há uma senhora molhando as plantas
Há um barulho de máquina trabalhando
Há um solo quente e seco
Há coisas que não vejo nem escuto
Mas há
Há vontade de gritar
Há vontade de acordar
Há vontade de ser um momento eu
Mas há responsabilidade a zelar
Há papéis pra pagar
Há pessoas a me chamar
para a realidade que eu insisto em negar
Caprichosamente me invento nestes versos
Me sinto eu
Há enfim alguém em mim...
Ana Suelen Pisetta
MULTIFACETADA
Cabeça fria
Cabeça quente
Cabeça fresca
Cabeça cheia
Cabeça oca
Cabeça louca
Cabeça boa
Cabeça tola
Cabeça aberta
Cabeça feita
Cabeça de vento
Cabeça dura
Cabeça cabeçuda
Dentre todas as cabeças, qual delas seria a sua?
Se a sua é cada uma
Não é surpresa nenhuma
A cabeça é sempre sua
e a cabeça nunca é uma.
Ana Suelen Pisetta
Cabeça fria
Cabeça quente
Cabeça fresca
Cabeça cheia
Cabeça oca
Cabeça louca
Cabeça boa
Cabeça tola
Cabeça aberta
Cabeça feita
Cabeça de vento
Cabeça dura
Cabeça cabeçuda
Dentre todas as cabeças, qual delas seria a sua?
Se a sua é cada uma
Não é surpresa nenhuma
A cabeça é sempre sua
e a cabeça nunca é uma.
Ana Suelen Pisetta
Desconhecido
Vejo-me cavalgando sobre um cavalo veloz
Porém, não tenho os olhos voltados para a frente,
meu corpo todo está de costas para o caminho.
Alheia ao meu destino, observo a rápida mudança
da paisagem que me rodeia.
Não estou só no cavalo,
há alguém a guia-lo,
mas não o conheço
nem mesmo o vi.
Só sei que é ele quem tem as rédeas
da minha velocidade e do meu caminho.
Ana Suelen Pisetta
Porém, não tenho os olhos voltados para a frente,
meu corpo todo está de costas para o caminho.
Alheia ao meu destino, observo a rápida mudança
da paisagem que me rodeia.
Não estou só no cavalo,
há alguém a guia-lo,
mas não o conheço
nem mesmo o vi.
Só sei que é ele quem tem as rédeas
da minha velocidade e do meu caminho.
Ana Suelen Pisetta
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