terça-feira, 16 de setembro de 2008

AUTO-RETRATO

Sou uma qualquer
Dessas que caminham invisíveis
Sem um rebolar sequer
dessas imperceptíveis

Levo a cara lavada
A boca sem batom
A roupa larga
Os pés no chão

Não sou feia nem bonita
Tenho a face do meu nome
Não procuro um sobrenome
Serei sempre senhorita

Sou avulsa nessa vida
Sem futuro nem raiz
Por vezes sou pudica
Outras vezes meretriz

Não me enfeito em laços
Não disfarço meus defeitos
Estou além desses meus traços
Não me conquistam galanteios

O tempo tudo apaga
Apagará qualquer gracejo
O que sou cá aqui por dentro
Terá sempre algum ensejo

2 comentários:

Rabiscação disse...

Como eu tinha dito no orkut, muito bom poema!!!Mas cadê os novos?=p

Beijos!!!

Thuane disse...

É seu? Nossa, fiquei arrepiada.Me identifiquei muito com esse seu poema.Essa coisa de levar a vida da maneira que somos,sem disfarces ou exageros, tem a ver com voce , e tem muito a ver comigo tambem.Quem me olhar e me achar um exagero, pode ter certeza de que eu sou mesmo assim.Mas parabens! Lindo e muito verdadeiro!