AUTO-RETRATO
Sou uma qualquer
Dessas que caminham invisíveis
Sem um rebolar sequer
dessas imperceptíveis
Levo a cara lavada
A boca sem batom
A roupa larga
Os pés no chão
Não sou feia nem bonita
Tenho a face do meu nome
Não procuro um sobrenome
Serei sempre senhorita
Sou avulsa nessa vida
Sem futuro nem raiz
Por vezes sou pudica
Outras vezes meretriz
Não me enfeito em laços
Não disfarço meus defeitos
Estou além desses meus traços
Não me conquistam galanteios
O tempo tudo apaga
Apagará qualquer gracejo
O que sou cá aqui por dentro
Terá sempre algum ensejo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Como eu tinha dito no orkut, muito bom poema!!!Mas cadê os novos?=p
Beijos!!!
É seu? Nossa, fiquei arrepiada.Me identifiquei muito com esse seu poema.Essa coisa de levar a vida da maneira que somos,sem disfarces ou exageros, tem a ver com voce , e tem muito a ver comigo tambem.Quem me olhar e me achar um exagero, pode ter certeza de que eu sou mesmo assim.Mas parabens! Lindo e muito verdadeiro!
Postar um comentário